A ditadura da Beleza

Vivemos um momento único. As redes sociais têm possibilitado, em escala global, que nós, seres humanos, nos comparemos uns aos outros. Contudo, em vez de ser um fator de inspiração, estamos nos prejudicando. Observo muitas pessoas tornando-se escravas de academias, anabolizantes, dietas milagrosas e cirurgias arriscadas, tudo em nome de um “corpo perfeito” que, no final, só traz sofrimento e pode, inclusive, ser fatal.

É inerente a nós, como seres sociais, desejar aceitação. Nossa espécie evoluiu baseada na ideia de pertencimento a um grupo. No entanto, é fundamental abordar essa questão com discernimento.

Por exemplo, o DSM-V, manual de transtornos mentais, já descreve o transtorno decorrente da obsessão pelo padrão estético: o transtorno dismórfico corporal. Esse transtorno se manifesta quando o indivíduo acredita veementemente que seu corpo possui defeitos e imperfeições. Em casos específicos, tais indivíduos podem apresentar sérios problemas de autoimagem, chegando a ser obsessivos. Esse transtorno pode impactar diversos aspectos da vida de uma pessoa, desde relacionamentos até sua atuação profissional.

Os sintomas variam, mas podem incluir: foco exagerado em pequenos defeitos percebidos, sentimentos obsessivos de inadequação física, isolamento social e baixa autoestima.

Frequentemente, a terapia cognitivo-comportamental é apontada como o tratamento mais eficaz.

Uma boa dica é prestar atenção em pensamentos recorrentes sobre aspectos do corpo e da imagem pessoal que não se alinham ao padrão promovido pelas redes sociais.

Autoconhecimento é a chave para romper essas correntes. Livre-se, juntamente com sua mente, dessa epidemia insensata.